Relatar a vida de Chiquitunga
é contar a história de uma jovem apaixonada do Mestre Jesus que já desde cedo
abriu para ele as portas do coração e deixou-se transformar pelas exigências e
os efeitos desse amor.
Maria Felícia nasceu na
cidade de Vilarrica, no Paraguai. Primeira dos sete filhos de Maria Arminda e
Ramão. A família, muito rica em valores humanos, porém pouco ligada à religião.
Era fisicamente pequena, por isso o pai apelidou-a de “Chiquitunga”.
Criança meiga, delicada,
esperta e alegre, já nos primeiros anos de vida, graças à formação religiosa
que recebeu num colégio dirigido por freiras, sentiu-se atraída por Jesus e com
ele gostava de servir, de suprir como pudesse as necessidades dos mais
fragilizados.
Em meio aos seus estudos, na
adolescência e juventude, gastava o tempo livre visitando famílias carentes. Os
pobres idosos que ela assistia, vendo-a e tratando com ela, recuperavam o brilho
do olhar, porque ela transmitia-lhes com entusiasmo as palavras de Jesus
misturadas nos gestos de carinho e atenção e sempre deixava-lhes como lembrança
pequenos jasmins que levava no peito. Eles, como retribuição, beijavam-lhe a
barrinha do avental que sempre usava, pois achava que roupas que combinassem
com o seu sobrenome e a posição social da família a afastariam dos seus
queridos pobres e doentes.
Aos 16 anos ingressou na Ação
Católica, encontrando ali um eco às suas ânsias de amor e serviço. Foi nesse
movimento que, graças aos conselhos de um jovem sacerdote e guia espiritual,
Chiquitunga aprimorou-se humana e espiritualmente. Nessa idade consagrou sua
virgindade a Jesus, desejando ingressar, um dia, em alguma congregação
religiosa.
Aos 25 anos, Chiquitunga
transferiu-se com a família para a capital do Paraguai, a cidade de Assunção.
Ali continuou seus estudos e tarefas apostólicas, visitando hospitais, favelas,
presídios, jovens operárias, prostitutas... Pouco tempo depois de sua chegada,
conheceu um jovem dirigente da Ação Católica, estudante de medicina, com quem partilhava
os mesmos ideais. Chiquitunga admitiu a companhia dele para atender os pobres e
doentes nos bairros marginais, aonde seria perigoso aproximar-se uma jovem
sozinha. E aconteceu que aquela que até esse momento tinha recusado as
solicitações afetivas, sentiu-se fortemente apaixonada por aquele jovem. O
natural teria sido que dita relação acabasse em matrimônio, porém não foi
assim. Ambos decidiram consagrar-se inteiramente a Deus, ele no sacerdócio e
ela na vida religiosa.
Assim, aos 30 anos, ingressou
no Carmelo de Assunção, onde viveu generosa e alegremente, entregando sua vida
por todos os sacerdotes, desejando ser de todos por amor de Jesus.
Quatro anos depois adoeceu de
hepatite, e aos 28 de abril de 1959, quando tinha 34 anos de idade, o Mestre
chamou-a para si. Suas últimas palavras foram: “Jesus te amo! Que doce encontro! Virgem Maria”.
Desde
então, Maria Felícia de Jesus Sacramentado, a Chiquitunga, vem sendo fonte de
inspiração para muitos cristãos, que recorrem à sua intercessão e exemplo.
Podemos dizer que através dela, Deus quer demonstrar ao mundo que o
cristianismo mais puro, a santidade, é gozo e se pode viver na alegria.
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