
No seu leito de morte assim ela se expressava: "Tenho sede do Seu Amor! Possuo um desejo estranho de entrega total, de imolação silenciosa e escondida: Sofro - como não sei dar a entender - este desterro. Cada dia me parece mais verdadeira a minha vocação e amo-a como só Deus pode saber!»
Na noite da sua partida entrou em coma várias vezes... E numa das vezes Felícia, ao vir a si, exclamou sorridente: «Jesus está a jogar comigo!»

A vida de Maria Felícia foi uma contínua doação como o foi a de Cristo. Nada mais convincente do que escreveu Teodor Estudita sobre a cruz, que relata tão bem o que é a vida de quem se entrega ao Amor.
"Ó preciosíssimo dom da cruz! Vede o esplendor de sua forma! Não mostra apenas uma imagem mesclada de bem e de mal, como aquela árvore do Paraíso, mas totalmente bela e magnífica para a vista e o paladar.

Sobre esta árvore o Senhor, como um valente guerreiro,ferido durante o combate em suas mãos, nos pés e em seu lado divino, curou as chagas dos nossos pecados, isto é, curou a nossa natureza ferida pela serpente venenosa.
Se antes, pela árvore, fomos mortos, agora, pela árvore, recuperamos a vida; se antes, pela árvore, fomos enganados, agora, pela árvore, repelimos a astúcia da serpente. Sem dúvida, novas e extraordinárias mudanças! Em vez da morte, nos é dada a vida; em lugar da corrupção, a incorrupção; da vergonha, a glória.
Não é sem razão que o Apóstolo exclama: Quanto a mim, que eu me glorie somente na cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo (Gl 6,14)".
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