Celebração Eucarística
em honra da Serva de Deus Maria Felícia de Jesus Sacramentado
Homilia do dia 28
de janeiro de 2017 – Assunção (Paraguai)
Queridas irmãs,
queridos irmãos:
É para mim uma grande
alegria compartilhar com todos vocês este dia dedicado a recordar de modo
particular a figura da Serva de Deus Maria Felícia de Jesus Sacramentado.
Ouvi falar com
frequência do amor que existe no Paraguai, e de modo particular aqui, em Assunção,
por Chiquitunga, e devo dizer-lhes em primeiro lugar que quanto tenho escutado
não eram exageros. Eu mesmo já pude comprová-lo!
As leituras de hoje
nos ajudam a penetrar no segredo de uma vida santa e receber, como
consequência, a graça que o Senhor faz quando dá a sua Igreja uma filha como
Chiquitunga, da qual aprender e a quem dirigir-se para receber dela ajuda e
proteção.
Assim, na carta aos
Hebreus escutamos que “A fé é fundamento do que se espera e prova do que não se
vê. Por esta fé nossos antepassados foram aprovados por Deus”.
Hoje, porém, tantos
acontecimentos fazem entrar em crise nossa esperança. Também Maria Felícia
teria podido perdê-la em alguns momentos: por exemplo, quando quis seguir o
chamado para o amor que o Senhor havia posto em seu coração, sem poder apoiar-se
no suporte e na compreensão de seus familiares, que a queriam casada; ou melhor
– havendo-se consagrado generosamente ao apostolado – , quando visitava os enfermos, os
encarcerados ou aos mais pobres, indo a vê-los sozinha, sem temer perigo algum.
Sua força foi sempre uma fé inquebrantável na proximidade de Jesus e na
fidelidade do amor de Deus, que sempre nos acompanha. Por isso, também Maria
Felícia foi aprovada por Deus e podemos suplicar sua intercessão, recebendo
ajuda notavelmente, como muitíssimas pessoas tem experimentado.
Também Jesus, no
Evangelho, fala da fé. Ou melhor, faz aos discípulos – portanto a nós – uma pergunta:
“Como não tendes fé?” O que havia debilitado a fé dos discípulos em Jesus, que
estava na barca com eles e dormia? Poderíamos pensar que foi o medo pelo
fenômeno aterrador que estava sucedendo – uma terrível tempestade que ameaçava
com fazê-los naufragar – , porém não é assim. O que aos discípulos então como a
nós agora pode fazer-nos perder a confiança é um pensamento maligno: crer que a
Jesus na realidade não lhe interesse se nossa vida é difícil, se sofremos, se
estamos cansados, se temos problemas. Jesus lhes faz compreender, e quer fazer-nos
entender, que se Ele está conosco, tudo está bem, nossa vida está segura ainda
que as coisas vão mal e existam perigos. Jesus queria fazer-nos passar à outra
margem, isto é, fazer-nos passar da preocupação por nossa vida à capacidade de
confiar-Lhe a nossa vida, sempre e até o mais profundo.
Isto o entendeu e
viveu intensamente Maria Felícia, expressando-o com aquela fórmula que recolhe
a atitude espiritual necessária e suficiente para caminhar em meio dos caminhos
complicados da vida em direção ao cumprimento da comunhão eterna de amor com
nosso Deus: “T²OS = Tudo te oferto, Senhor”.
Usando as palavras
de Chiquitunga, peçamos também nós a Trindade Santa a força e o valor para
escolher sempre servir, amar concretamente e não só com palavras, depositando
com fé toda nossa vida nas mãos do Pai: “Da-me forças para a luta e da-me sobretudo muito, muito amor, ardente amor a Ti, Jesus Eucaristia”.
( P. Saverio
Cannistrà – Prepósito Geral da Ordem dos Carmelitas Descalços)
Nenhum comentário:
Postar um comentário