Nasceu aos 12 de Janeiro de 1925 em Villarrica del Espíritu
Santo, Paraguai. Seus pais foram Ramón Guggiari e Maria Arminda Guggiari Echeverría.
O lar foi abençoado com sete filhos, dos quais Maria Felícia era a primogênita.
Foi batizada no dia 28 de Março de 1928 em sua cidade natal.
Seus padrinhos foram Luis Rufinelly e Maria Arminda Guggiari.
Era fisicamente pequena, motivo pelo qual o seu pai
apelidou-a de “Chiquitunga” (Pequerrucha). Foi dotada de esplêndidas qualidades
humanas e espirituais como a alegria, a sociabilidade, a sociabilidade,
prestatividade, modéstia e simplicidade.
Aos cinco anos ingressou no pré-escolar do colégio “Maria
Auxiliadora”. Desta época conta-nos sua mãe a seguinte anedota: “Um dia de muito
frio, Chiquitunga retornou da escola tiritando porque tinha dado de presente o
seu agasalho (um sobretudo) a uma menina pobre. Sua mana
denunciou-a aos pais, porém ela respondeu: Estás vendo, paizinho, que não sinto
frio! Repetia esfregando as mãozinhas
pelo braço nu e tiritante”.
Concluída a quinta série, suspendeu por dois anos os estudos
para ajudar a sua mãe nas atividades domésticas.
Aos doze anos, recebe pela primeira vez a Jesus Eucaristia
na Catedral de Villarrica, a 8 de Dezembro de 1937. Deste dia recordará anos
mais tarde: “Nunca se apagará de minha mente a lembrança do dia mais feliz de
minha vida, o dia da primeira união com meu Deus e o ponto de onde surge minha
resolução de ser cada dia e melhor”.
VIDA ESPIRITUAL: O
ideal que a animava não era uma idéia, nem um programa, senão uma Pessoa: Jesus Cristo. Seu amor por Ele,
cultivado na intimidade da oração e na participação diária na Eucaristia,
constituía o centro de sua vida espiritual: “Hoje, no entanto, renovo perante
Ti, Jesus Hóstia, este desejo sincero e íntimo de imolar a minha vida em prol do teu amor”.
A Virgem Maria
ocupava um lugar muito importante em sua vida. Chamava-a de “Minha Mãezinha”, a
“Cheia de graça”. “Somente quero pertencer-te, Mãezinha, para que Tu,
tomando-me pelas mãos, como a uma pequenina, me leves aonde Ele, o único, o
exclusivo amor de meu coração”.
VIDA APOSTÓLICA:
Aos 16 anos se incorpora na Ação Católica e é nomeada responsável pelo setor de
meninas, chamado “Pequenas”. Neste movimento encontrou um ideal e um objetivo
que orientou toda a sua vida.
A 26 de Outubro de 1942, depois de quase dois anos de
pertença à Ação Católica, fez a sua consagração ao apostolado.
Lembra ela mesma dez anos mais tarde: “Não quero passar
agora adiante sem relembrar que hoje completo 10 anos, se mal não recordo, de minha
‘Consagração ao Apostolado’, a graça que, depois do Batismo e da Eucaristia, é
a maior e mais sublime com que Deus me presenteara”.
Além do apostolado organizado na Ação Católica, tinha o
coração aberto a todos os necessitados material ou espiritualmente: idosos,
doentes, afastados, encarcerados, leprosos: “Eu me vi mais de uma vez andar
tranquila, percorrendo lares, prodigando nem que seja um sorriso como fruto
espontâneo da graça palpitante em nossas almas, ardendo nossos peitos de Amor,
Amor Divino. Ser apóstolos, Senhor, que lindo sonho!
EM ASSUNÇÃO:
Quando, em fevereiro de 1950, se translada com sua família para Assunção, fez
sem tardar três coisas: continuar estudando para obter o Professorado, procurar
emprego com o qual ajudar a família e incorporar-se na Ação Católica de
Assunção.
ENCONTRO COM SAUÁ:
Ma. Felícia, a apóstola por excelência, se encontra com um jovem dirigente da
Ação Católica, com quem partilha o mesmo ideal: Ángel Sauá. O natural teria
sido que dita relação acabasse em matrimônio, porém não foi assim. Num ato de heroísmo
sem par, separam-se, empreendendo ele o caminho de sacerdócio e ela o da vida
religiosa. Em seu diário escrevia: “Muitas vezes tinha concebido isto que
agora, Senhor, é maravilhosa realidade: Que lindo seria ter um amor, renunciar
a esse amor e juntos imolá-lo ao Senhor em prol do ideal”.
A VOCAÇÃO:
Chiquitunga, em seu desejo de viver o lema de sua vida: “tudo te ofereço, Senhor”, se pergunta onde seria o lugar dessa
entrega total: “... Neste momento, em que como nunca, com um ardor inigualável,
quisera dar-me, dar-me Jesus, Mestre amado, sem medida, Esposo de minha alma,
tu que conheces minhas ânsias de apostolado, de zelo pela salvação das almas,
ajuda-me: que saiba onde queres a consagração integral de todo o meu ser...!...
Por um lado, está a ânsia de entregar-me em corpo e alma ao Divino Esposo num
convento onde sem cessar possa louvá-lo, reverenciá-lo e servi-lo... e, por
outro lado, a necessidade do apostolado leigo: estar em todos os ambientes e em
todo momento”.
O ENCONTRO COM A
MADRE TERESA MARGARIDA: O Senhor ia guiando-a em seu caminho de busca,
levando-a a encontrar-se com a Priora das Carmelitas Descalças de Assunção, que
estava hospitalizada no Hospital Español; Chiquitunga em seu diário nos diz: “Francamente
eu não ia ir, mas Deus ajeitou tudo e, graças a isso, hoje conto com uma mãe”.
A Madre teve a oportunidade de conhecê-la e acompanhá-la no momento de dúvidas
pelo qual ela estava passando.
No mês de janeiro de 1954, saía de uns exercícios
espirituais resolvida a entregar-se inteiramente a Deus em corpo e alma como
Carmelita Descalça, porém ainda teve de esperar um ano cheio de sofrimentos e
obstáculos.
NO CARMELO: Na
manhã do dia dois de fevereiro, festa da apresentação do Senhor, repleta de
fervor começou sua nova vida de Carmelita: “Fazem exatamente 18 dias de
constantes e ininterruptas horas de gozo neste santo Carmelo, no qual Deus
nosso Senhor, com infinita misericórdia, me chamou, e tremo em verdade ao dizer
esta palavra conhecendo o ruim e pecadora que sou”.
A Madre Teresa Margarida resumiu em poucas palavras a
atitudes da Venerável ma. Felícia desde o princípio: “Grande espírito de
sacrifício, caridade e generosidade, tudo envolvido em grande mansidão e
comunicativa alegria, sempre vivaz e brincalhona”.
Antes da tomada de hábito, uma nova prova invade o seu
espírito: Seria vontade de Deus que se encerrasse de por vida no Carmelo tendo
tanto para evangelizar no mundo? Uma
vez conhecida a vontade de Deus, superou esta crise e começou o ano de
noviciado com alegria. Fez a Profissão simples no dia 15 de Agosto de
1956.
A DOENÇA: Em
janeiro de 1959 foi acometida por uma tremenda doença: “hepatite infecciosa”.
Logo após examiná-la o médico declarou a urgente necessidade de hospitalização.
Da clínica escrevia: “Já estou esperando por Jesus. Quisera encher-me somente do
seu amor e não viver senão para Ele. Só desejo cumprir a sua vontade, não quero
outra coisa...”
Começada a Quaresma, “o mal” cedeu aparentemente e pôde
reintegrar-se ao Mosteiro. No dia 30 de Março, Segunda feira Santa, após uma
nova revisão, diagnosticaram-lhe “Púrpura” e foi novamente hospitalizada.
SUA MORTE: “...Que
morro porque não morro...”. Viveu seus últimos dias em total abandono à vontade
de Deus. Antes de entregar seu espírito ao Senhor pede para que lhe leiam a
poesia de S. Teresa “Morro porque não morro”. Com o rosto muito alegre escutava
e repetia o refrão “...Que morro porque
não morro”.
Dirige-se ao seu pai e lhe diz: “Paizinho querido, sou a
pessoa mais feliz do mundo. Se soubesses o que é a Religião Católica! E
acrescenta, sem apagar-se o sorriso de seus lábios: “Jesus, te amo! Que doce encontro, Virgem Maria!”.
Dirigiu umas palavras de consolo a seus familiares e entregou
sua alma ao Criador. Era o dia 28 de Abril de 1959.
As exéquias foram uma manifestação espontânea e, em boa
parte, inesperada de sua fama de santidade em meio ao povo de Deus. O
comentário que se ouvia entre as pessoas era: “Morreu uma santa”.
Peço a graça da saúde mental,física e espiritual de meus filhos e netos ,principalmente do Murilo,que assim seja 🙏🏼⛪️
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