Com muito amor e alegria, nós, Vanessa Miranda e Rejane Maria Bohnert, assumimos a tarefa de promover no Brasil a causa para a Canonização de Chiquitunga. Entre em contato conosco para pedir maiores informações, enviar o seu testemunho ou manifestar o desejo de colaborar conosco para juntos trabalharmos na divulgação da vida desta mulher que tanto amou.
E-mail: chiquitungaocd@gmail.com

Fragmentos dos Diários Íntimos:

sábado, 10 de dezembro de 2016

DOIS SANTOS PARAGUAIOS


Padre Roque Gonzales e Irmã Maria Felícia de Jesus Sacramentado são exemplos de vida cristã nascidos no Paraguai. A Venerável Maria Felícia, conhecida como Chiquitunga, que estamos a divulgar e trabalhando com um grupo de leigos, os “Amigos de Chiquitunga”, na Causa de sua beatificação. Os trabalhos já estão bem adiantados. Esperamos que no próximo ano ela seja declarada beata. Todos os dias 28 de cada mês na Capela do Carmelo Sagrado Coração de Jesus, Santo Ângelo, celebra-se a Eucaristia por sua beatificação e reza-se pela saúde e pelas pessoas enfermas.

Numa visita realizada ao Carmelo de Assunção do Paraguai, Carmelo da Venerável, onde o Sr. Pedro Durigan que havia passado por uma enfermidade, e recebido a graça do restabelecimento de sua saúde por intercessão de Chiquitunga, foi para agradecer com seus amigos e três irmãs de nosso Carmelo. Foi então que a Priora do Carmelo de Assunção pediu para que nosso Carmelo assumisse a divulgação de sua vida e santidade no Brasil.

Os dois santos paraguaios, ambos quiserem permanecer visivelmente entre nós. Padre Roque deixou-nos seu coração, Chiquitunga, seu cérebro.

Desejamos que como S. Roque que é tão querido e amado por nosso povo missioneiro, ao lado de seus companheiros mártires, Afonso e João, nossa Venerável Irmã Maria Felícia também seja. E que todos os que desejam possam recorrer a sua intercessão. A seguir deixamos sua oração para recorrer a ela. 

Oração

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, que vos alegrais em fazer vossa morada no coração das pessoas: vos damos graças por terdes derramado na Venerável Maria Felícia, o fogo do vosso amor, levando-a a doar sua juventude no apostolado leigo e imolar-se por todos na Vida Contemplativa. Vos louvamos e bendizemos, porque com sua exemplar figura, nos manifestais vossa bondade de Pai e Amigo e nos revelais as exigências do verdadeiro amor.Vos rogamos que nos concedais por sua intercessão a graça que vos suplicamos, se tudo for para maior glória e bem das almas. Amém.

(Pai Nosso, Ave Maria e Glória)

Para maiores informações entre em contato conosco pelo e-mail:

chiquitungaocd@gmail.com

Ou Facebook: Chiquitunga no Brasil

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A MISERICÓRDIA EM CHIQUITUNGA

Embora quase, se não totalmente inexistente nos escritos de Chiquitunga o sacramento da reconciliação, a vida de Chiquitunga é uma vida oferente em misericórdia e de misericórdia. Quem nos dá a chave para entender, abrir e entrar pela porta desta vida oferente em misericórdia é o Pe. César Alonso Las Heras. Ele quis escrever uma biografia de Chiquitunga intitulada: “A NOIVA ETERNA QUE MORREU DE AMOR”, mas partiu antes de escrevê-la. Mas, pode ser que já tenha surgido a interrogação: “O que tem este título haver com a misericórdia? A seguir veremos que tem tudo haver. A vida de Chiquitunga foi uma entrega em amor “nupcial”, como diz Frei Júlio Félix Barco, carmelita. "Ela se enamora de Jesus desde criança, e na juventude, aos 16 anos quando se dá conta do dinamismo de sua feminilidade, orienta-a totalmente para Jesus e faz de seu ser “uma oferenda ao ‘Amado’”, e sintetiza tudo isto no seu lema com que se tornou conhecida: “Tudo te oferto, Senhor!”
Misericórdia é uma palavra que vem do latim e significa “dar o coração aos miseráveis”. A vida de Chiquitunga é uma entrega em amor “nupcial”, uma entrega Àquele que é o Rosto da Misericórdia do Pai, Jesus Cristo. Chiquitunga faz de toda sua vida, de todo seu ser de mulher o movimento que está inerente na misericórdia: “dá o seu coração a Jesus e nele aos irmãos”; e, no coração, símbolo da entrega no amor: oferece, entrega, doa tudo; cada pulsar, cada respirar, todas suas forças até o esgotamento de tudo, como ela mesma nos diz: “Todo meu afã está em trabalhar até cair rendida, (como em algumas noites), até esgotar as forças pela Glória de Deus e a salvação das almas!"

Chiquitunga vive sua entrega oferente em misericórdia “nos mais diferentes aspectos de sua vida familiar, social, laboral, apostólica, mística; na sua casa, na Normal de Magistério, no trabalho da escola, no apostolado com as crianças, os jovens, os encarcerados, os enfermos e idosos...; recolhida junto ao Sacrário, na oração noturna de intimidade com o Senhor. Em toda parte vivia seu lema que resume a resposta do crente ao Deus Amor que nos deu tudo em seu Filho: ‘Tudo te oferto, Senhor!’, como ‘um sacrifício vivo, santo, agradável a Deus’”(Fr. Júlio). Podemos ver como Chiquitunga viveu todas as catorze obras de misericórdia, as corporais e espirituais; cuidou das pessoas em sua integridade e totalidade: deu de comer aos famintos, deu de beber aos que tinham sede, vestiu os nus, acolheu os estrangeiros, visitou os enfermos e encarcerados, sepultou os mortos (obras corporais), aconselhou os duvidosos, ensinou os ignorantes, admoestou os pecadores, consolou os aflitos, perdoou as ofensas, suportou com paciência as injustiças e rezou a Deus pelos vivos e pelos mortos (obras espirituais). Exemplo disso é o que nos conta a seguir: “Que a pouca sede que possamos sentir às vezes, sirva para saciar a sede deles, que a pouca fome que possamos sentir, nos faça lembrar deles e elevar as nossas orações e sacrifícios por estes irmãos... Maria Imaculada proteja-os, vele por eles e a cada um de nós faça cada vez mais, fiéis seguidores do seu Filho”.

Quem não se comove diante da leitura no livro do episódio de sua infância só conhecido na vida dos santos? “Certa vez -no-lo conta a mãe- o senhor Ramão presenteou a Maria Felícia e a sua irmãzinha caçula (“Manhica”) dois “abrigozinhos” muito lindos, que estrearam num dia de muito frio. Maria Felícia voltou do Colégio tremendo de frio. O que aconteceu? Naquele dia encontrou-se com outra menina que tremia de frio e sem pensar duas vezes, Maria Felícia despojou-se da capa e cobriu com ela sua vizinha acidental... Sua irmãzinha, escandalizada pelo acontecido, acusou-a ante seus pais... Porém as inquisições e ameaças ... nada obtiveram dela. “Mas paizinho, não vês que não tenho frio!”-repetia passando as mãozinhas pelo seu braço desnudo e tiritante-. “Não sinto frio!”(Fr. Júlio).

Em Chiquitunga a misericórdia tem uma fonte de onde ela brota: a Eucaristia, e, não existe Eucaristia sem reconciliação. De sua Primeira Eucaristia que ela denominou: “A primeira união com meu Deus”, nasce seu desejo de ter um coração reconciliado; sinal e símbolo disso é o guarda-pó branco com que continuamente reveste seu corpo de mulher, comovida com a parábola que sua catequista lhes contou. “O guarda-pó branco era símbolo da pureza na qual queria manter seu coração para Jesus. E, além disso, para ser acolhida mais natural e facilmente entre seus queridos pobres, velhinhos e doentes. Vestida de acordo com seu sobrenome Guggiari e, como sobrinha de um presidente da República, teria produzido um distanciamento de seus amigos, os pobres” (Fr. Júlio).
 Ela mesma é quem nos relata isto: “Nunca se apagará da minha mente a lembrança do dia mais feliz de minha vida, o dia da primeira união com meu Deus e o ponto de onde parte minha resolução de ser cada dia melhor”. É o seu ponto de partida conscientemente para a santidade.
Relato claro de sua mansidão e misericórdia é o que nos deixam seus irmãos: “Sendo Maria Felícia a mais velha, poder-se-ia esperar dela dentro da família, atitudes de certa superioridade para ser obedecida pelos outros cinco irmãozinhos. Mas, isto não; bastava-lhe a doçura. ‘Nunca recebemos dela, por nossas travessuras, mais que um olhar de reprovação ou um doce sorriso, ou uma palavra tão suave que mais nos animava a mortificá-la, para ver se perdia o controle..., mas nunca obtínhamos nosso resultado’”.
Sua adesão entusiasta à Ação Católica, e nela sua consagração ao apostolado, consagração radical em virgindade: em alma e corpo, por que estava certa de sua vocação de entrega integral a Jesus e com uma intenção bem concreta: pelos sacerdotes. Ser uma “pequenina Hóstia de Amor e reparação, por eles; porque é necessário que todos sejam santos”. Esta jovem sente e vê em toda sua pureza como Santa Teresinha que os sacerdotes que deveriam ser como anjos, são frágeis criaturas e necessitam da misericórdia oferente de sua frágil vida entregue a Deus no silêncio e abdicação de todos os seus sonhos e desejos. Ela o consumará mais tarde quanto transpassar a porta da clausura do Carmelo.
O Ideal que a atraia era Jesus Cristo, o Jesus dos Evangelhos, a quem ela encontrava na intimidade da oração e no Sacrário. O centro de toda sua vida era a Eucaristia diária. E junto com Jesus, a Santíssima Virgem em seu coração e em suas práticas piedosas: diariamente rezava os quinze mistérios do Rosário.
Chiquitunga vivia e agia como enamorada em todos os aspectos de sua vida.

No apostolado da Ação Católica, colaborando em “todos os ramos..., porque seu ardor traspassava toda fronteira precisa; entregue “às meninas e adolescentes,” “as pequenas”: era comum vê-la saltar e cantar com elas com uma alegria de viver tão admirável como contagiosa; às jovens da Associação de Senhoritas da Ação Católica”, na Escola Normal, pois ali tinha se estabelecido um centro; aos marginalizados, seus preferidos desde quando menina e que o seguiriam sendo sempre.
Em seu idealismo juvenil, chegou a Venerável a sonhar já nesse tempo com as missões entre infiéis. Na família, Chiquitunga vivia feliz, fazedora de paz e conselheira; semeadora de alegria; esquecida de si para dar gosto aos outros. “O ambiente em casa era bonito; uma família bem constituída, unida; ela era o nexo para isso. Todos ponderavam como era acolhedora a família; mas na realidade quem fazia que fosse acolhedor seu lar era Chiquitunga” (Fr. Júlio).
Sua misericórdia é sem limites e não conhece fronteiras, nem de credo, classes sociais, ideologias, políticas. Para ela todos são irmãos que devem ser amados, servidos, orientados, acolhidos, iluminados. Para os adversários políticos, que inclusive lhe impediam o acesso aos estudos do Magistério, Chiquitunga não tinha outra coisa senão perdão; e, para inculcá-lo aos demais, compôs uma canção de pensamento político cristão. “Perdão” e “reconciliação” era o lema:
“Estendei a mão ao vosso adversário,
Vosso adversário tradicional...”(Fr. Júlio).
Seu heroísmo misericordioso chega ao extremo quando sonha com um amor, não para tê-lo para si, mas para renunciá-lo. É célebre a frase que nos deixou sintetizando seu heroísmo misericordioso: “Que bonito seria ter um amor, renunciar a esse amor e juntos imolar-nos ao Senhor pelo Ideal”. Mas quando seu sonho se tornou real, Chiquitunga conheceu o martírio do coração, entra numa terrível noite do espírito, da alma, do corpo e do coração, e está sozinha no rol dos santos com um martírio semelhante, o martírio do coração e consequentemente de todo seu ser, que a levará paulatinamente a entregar tudo numa vida de oferta total de si mesma por todas as pessoas. Este oferta de tudo é o Carmelo. E ora assim a nossa Mãe Maria: “Dai-me, dai-me ó Maria, a graça de que veja e possa, o mais cedo possível, cortando com o que me amarra, romper e ir até Cristo, e abraçar-me só a Ele e Nele viver por meu amado irmão, dia a dia consumindo-me!”.
Enquanto isto ela continua sua ação misericordiosa entre os seus amados: “Além do apostolado organizado na Ação Católica, ao qual Chiquitunga continuou dedicada apaixonada e fielmente, a nível paroquial, diocesano e nacional desgastando-se pelos diferentes setores: meninas, senhoritas, estudantes, jocistas, etc., Maria Felícia tinha o coração aberto ao apostolado pessoal de todos os necessitados material ou espiritualmente: idosos, enfermos, afastados, encarcerados.
Anos intensos, repletos de gestos heróicos e de episódios simpáticos, de conquistas apostólicas e de luta interior. Entre os muitos atos que se poderiam recordar, destacamos um, que testemunha a força apostólica de Chiquitunga e que expressa a amplitude e variedade de sua ação pastoral. Referimo-nos à transformação espiritual ou conversão do poeta anarquista Marcelino Valiente, encarcerado por suas ideias. Ele mesmo relatava como Chiquitunga foi à prisão para visitá-lo e como ele começou a mudar interiormente diante de suas palavras. No poema “Memento” conta agradecido as visitas que a ele, pobre e doente, jazendo em um mísero tugúrio, fazia-lhe a Venerável, levando consolo, esperança e fé. A mudança definitiva se operou quando uma noite vagava ele como um desesperado e se encontrou com Chiquitunga na rua. Essa noite Chiquitunga lhe explicou o que é ser cristão, e isso – disse – deu luz à minha fé, firmou minha fé definitivamente. Essa noite Chiquitunga foi:
“ a ponte sagrada e bendita
que utilizou o Pai, Amor infinito,
para dar-me graça, saúde, fé e amor”
Marcelino Valiente canta sua bravura evangelizadora e a sintetiza assim:
“Chiquitunga!, seu nome de batalha,
terrível, ainda que de diminuta talha;
estudantes e operários admiraram-na...
e os pobres, os presos, os enfermos
tiveram-na também por esses ermos(Fr. Júlio).
E por fim seu amor decide-se pelo sacerdócio: “de manhãzinha, diante de um grupinho de amigos da Ação Católica, Chiquitunga e Sauá davam-se um duplo e forte abraço de despedida, até a eternidade! Arrancou o velho trem. Era a consumação do sacrifício. Não voltariam a ver-se neste mundo” (Fr. Júlio).
Ela segue sedenta de consumar sua entrega em misericórdia: “Tenho sede de seu amor! Uma ânsia estranha de entrega total, de imolação silenciosa e escondida; sofro, por não poder dar-lhe a entender este meu desterro! Cada dia parece-me mais verdadeira minha vocação, e a amo como só Deus pode saber!”.
Ela se sentirá ligada mais fortemente que antes aos sacerdotes, por eles entregará sua vida ao Senhor! Escrevia então: “Dias semelhantes pelos quais estou passando, somente saberão valorizá-los aqueles que tenham passado estes instantes inigualáveis de felicidade, por aquilo de que o ‘primeiro passo’ é o começo ‘do fim’.  Mas, ficavam muitas interrogantes, seguir-se-iam meses de solidão e insegurança, mas um encontro previsto pela misericórdia de nosso Bom Deus, com a Priora do Mosteiro das Carmelitas Descalças recém fundado em Assunção, devolveu a paz e o conforto que ela necessitava. E ela sintetiza toda esta paz numa frase da carmelita que se gravou profundamente em seu coração: “Somente devo preocupar-me de que meu amor se centre de novo todo nele, em Jesus”.
E assim se fez, o movimento da misericórdia triunfou em Chiquitunga. Vemo-la entrar pouco tempo depois no Carmelo e consumar em quatro anos sua entrega em amor nupcial ao Amado de seu coração. Oferente, a espera do Amado, “noiva eterna”, suas núpcias não serão prelibadas na terra, serão consumadas no Céu com o Esposo Divino para quem se preparou servindo na terra em amor oferente, dando na terra seu coração aos “mais pobres, humildes e perdidos” (Tagore).
O seu sorriso e as palavras com que entrou na câmara nupcial são eco do abraço eterno destas núpcias eternas eternamente celebradas no júbilo sem fim da eternidade: “Jesus, te amo! Que doce encontro! Virgem Maria!”

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Breve relato da Vida de Chiquitunga

Relatar a vida de Chiquitunga é contar a história de uma jovem apaixonada do Mestre Jesus que já desde cedo abriu para ele as portas do coração e deixou-se transformar pelas exigências e os efeitos desse amor.
Maria Felícia nasceu na cidade de Vilarrica, no Paraguai. Primeira dos sete filhos de Maria Arminda e Ramão. A família, muito rica em valores humanos, porém pouco ligada à religião. Era fisicamente pequena, por isso o pai apelidou-a de “Chiquitunga”.
Criança meiga, delicada, esperta e alegre, já nos primeiros anos de vida, graças à formação religiosa que recebeu num colégio dirigido por freiras, sentiu-se atraída por Jesus e com ele gostava de servir, de suprir como pudesse as necessidades dos mais fragilizados.
Em meio aos seus estudos, na adolescência e juventude, gastava o tempo livre visitando famílias carentes. Os pobres idosos que ela assistia, vendo-a e tratando com ela, recuperavam o brilho do olhar, porque ela transmitia-lhes com entusiasmo as palavras de Jesus misturadas nos gestos de carinho e atenção e sempre deixava-lhes como lembrança pequenos jasmins que levava no peito. Eles, como retribuição, beijavam-lhe a barrinha do avental que sempre usava, pois achava que roupas que combinassem com o seu sobrenome e a posição social da família a afastariam dos seus queridos pobres e doentes.
Aos 16 anos ingressou na Ação Católica, encontrando ali um eco às suas ânsias de amor e serviço. Foi nesse movimento que, graças aos conselhos de um jovem sacerdote e guia espiritual, Chiquitunga aprimorou-se humana e espiritualmente. Nessa idade consagrou sua virgindade a Jesus, desejando ingressar, um dia, em alguma congregação religiosa.
Aos 25 anos, Chiquitunga transferiu-se com a família para a capital do Paraguai, a cidade de Assunção. Ali continuou seus estudos e tarefas apostólicas, visitando hospitais, favelas, presídios, jovens operárias, prostitutas... Pouco tempo depois de sua chegada, conheceu um jovem dirigente da Ação Católica, estudante de medicina, com quem partilhava os mesmos ideais. Chiquitunga admitiu a companhia dele para atender os pobres e doentes nos bairros marginais, aonde seria perigoso aproximar-se uma jovem sozinha. E aconteceu que aquela que até esse momento tinha recusado as solicitações afetivas, sentiu-se fortemente apaixonada por aquele jovem. O natural teria sido que dita relação acabasse em matrimônio, porém não foi assim. Ambos decidiram consagrar-se inteiramente a Deus, ele no sacerdócio e ela na vida religiosa.
Assim, aos 30 anos, ingressou no Carmelo de Assunção, onde viveu generosa e alegremente, entregando sua vida por todos os sacerdotes, desejando ser de todos por amor de Jesus.
Quatro anos depois adoeceu de hepatite, e aos 28 de abril de 1959, quando tinha 34 anos de idade, o Mestre chamou-a para si. Suas últimas palavras foram: “Jesus te amo! Que doce encontro! Virgem Maria”.

 Desde então, Maria Felícia de Jesus Sacramentado, a Chiquitunga, vem sendo fonte de inspiração para muitos cristãos, que recorrem à sua intercessão e exemplo. Podemos dizer que através dela, Deus quer demonstrar ao mundo que o cristianismo mais puro, a santidade, é gozo e se pode viver na alegria.

domingo, 17 de maio de 2015

Nos passos de Chiquitunga

A todos os Amigos e Devotos de Chiquitunga queremos oferecer o relato de Prof. Hercílio, ocds. Ele participou na Missa do dia 28 de Abril, em Assunção e partilhou conosco a sua experiência e fotos do evento. Obrigada, Hercílio, por este valioso presente, que a todos os que não estivemos lá, contagia-nos com as emoções que você vivenciou.

28 de Abril de 2015 – A Igreja e o Carmelo do Paraguai em Festa “Não tive o prazer de conhecer Teresa de Jesus, mas pelas filhas e obras literárias vejo a grandeza da mãe.”
Frei Luís de León (1527-1591)


Em cada ser humano, Deus coloca sua identidade e sua espiritualidade de forma personalizada, única, sem repetição, mesmo entre os gêmeos uni ou bivitelinos. No arco-íris da família teresiana, encontra-se diferentes nuances e tonalidades, refletidas pelos seus diferentes chamados e vocações, seja refletido nos seculares, seja refletido nos religiosos (monjas e frades). Neste amplo espectro de riqueza e diversidade, a história nos foi apresentando alguns modelos, sejam explícitos, sejam mais ocultos, no silêncio e na discrição, como é próprio do Carmelo teresiano. Neste cenário espiritual, a
Igreja nos apresenta homens e mulheres que foram outorgados com o título de Veneráveis, Beatos e Santos.
No último dia 28 de abril, o Carmelo do Paraguai se lembrou de modo especial, os 56 anos de falecimento de uma filha querida e especial, que encerrou sua missão terrena aos 34 anos, exatamente na madrugada de 28 de abril. Estamos fazendo menção, a Irmã Maria Felícia de Jesus Sacramentado,

carinhosamente chamada de Chiquitunga. Exemplo de filha, modelo de jovem e doação ao projeto de Deus no serviço aos irmãos foram características desta jovem leiga e carmelita paraguaia. Desta breve, mas fecunda e ativa vida, Chiquitunga exerceu diversas missões na Ação Católica do Paraguai, entre os 16 e 30 anos, quando Deus a conduziu aos umbrais do recém fundado, Carmelo de Assunção. Como é habitual e corrente no Carmelo em Assunção, celebram-se todos os dias 28 de cada mês, uma Eucaristia solene e em memória desta jovem. E no dia 28 de abril de cada ano uma solenidade especial em recordação desta filha do Carmelo teresiano. Neste dia 28 de abril, o Carmelo de Assunção presenteou a Igreja e todos os fiéis com a inauguração do espaço da nova Tumba de Chiquitunga, adjacente a lateral da Capela das Carmelitas Descalças, onde os fiéis poderão estar mais “próximos” e em oração, com a presença da urna contendo os restos mortais e o relicário com o cérebro incorrupto da Venerável Serva de Deus. Faremos um breve relato desta experiência vivenciada recentemente. Não faremos menção neste espaço à biografia ou literatura desta jovem que
nasceu em Villa Rica, no interior do Paraguai e que merece ter sua vida e trajetória conhecida e admirada.
Cadeiras situadas na rua frente ao Carmelo
A Celebração Eucarística estava marcada para as 18:30h na Capela do Carmelo e na sequência a benção do novo espaço mencionado. Porém, bem antes das 14:00h já se observava a presença de um expressivo número de fiéis nos arredores do Mosteiro e no interior da Capela. Assim, ao som da harpa paraguaia e com canções baseadas nos escritos de Chiquitunga, as pessoas iam chegando. De forma cuidadosa, observava-se no exterior do Mosteiro, pelo menos em duas quadras anexas, a presença de um número amplo de cadeiras e de telões dispostos para todos poderem acompanhar a Celebração da Santa Missa. Um pouco antes das 18:30h com mais de mil pessoas presentes, destacando-se a presenças dos Seculares do Carmelo paraguaio e familiares de Chiquitunga, foi recitado o rosário permeado com pensamentos e lembranças da vida da Serva de Deus. A Celebração foi presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Assunção, Edmundo Valenzuela Mellid, tendo a presença de diversos padres concelebrantes. Estava também presente à Celebração, Pastor Cuquejo, Arcebispo Emérito de Assunção. Aqui cabe abrir um parêntese. Este mesmo religioso, quando tinha por volta de 10 anos de idade, aluno da Escola Paroquial do Perpétuo Socorro, em Assunção, pode cruzar diversas vezes nos corredores como uma professora sorridente e amigável que o saudava de forma bastante cordial. Esta professora era Maria Felícia. Os planos de Deus permitiram que aquele menino, se tornasse um missionário Redentorista e anos depois, como Arcebispo de Assunção, participasse do Processo para Canonização da jovem Chiquitunga.
Voltando a Celebração, particularmente a homília, o celebrante discorreu sobre as funções de um Santo ou uma Santa. O que fizeram enquanto seres humanos para merecerem tal nomenclatura? Que ações sobrenaturais ou místicas realizaram? Talvez tenhamos que entender tais perguntas com um
olhar simples e singelo. E o Arcebispo comentou sobre três parâmetros comuns a todos estes bem aventurados. O primeiro, a graça de serem modelos pelo que fizeram e plantaram e cultivaram durante suas vidas e não de uma hora para outra e nem num único momento. Também se lembrou da ação intercessora que os mesmos devem ter para conosco. E finalmente recordou da missão protetora que estes amigos de Deus devem ter para com os fiéis. Assim, cabe-nos destacar que a Ir. Maria Felícia não somente durante sua vida, mas nestas mais de cinco décadas pós-morte enquadra-se inteiramente nestas narrativas. Esta jovem que imolou sua vida pelos pobres, pelos jovens e
anciãos, pelos sacerdotes e acima de tudo em servir ao semelhante deve ser lembrada e venerada.
Após a Celebração, foi realizada a benção do espaço inaugurado, contendo, além da urna com os restos mortais e o relicário com o tecido cerebral da Ir. Maria Felícia, conhecida também como o jasmim paraguaio. Se buscarmos a etimologia do nome da planta jasmim, encontraremos que são
folhas simples, com pétalas patentes, raramente excedendo dois centímetros de diâmetro e quase sempre perfumadas. A grande maioria possui flores brancas. Nesta definição, uma vez mais se encontram aspectos comuns à Chiquitunga, ou seja, a simplicidade, o perfume religioso e a discrição.
Após a Celebração, os mais de mil fiéis de forma ordenada, visitaram o espaço inaugurado e conheceram este presente de Deus à Igreja paraguaia.
Se ao final de sua vida terrena, Chiquitunga já no seu leito de morte, misticamente, recebe a visita da Santa Madre Teresa e de Teresa do Menino Jesus, faz-nos pedir, sobretudo neste ano dedicado a Vida Consagrada que esta jovem seja mais um modelo para a Igreja paraguaia e universal e intercessora de todos os jovens e daquelas comunidades seculares e de religiosos. O Papa Francisco em sua Carta Apostólica para Proclamação do Ano da Vida Consagrada nos diz: Juntos, damos graças ao Pai, que nos chamou para seguir Jesus na plena adesão ao seu Evangelho e no serviço da Igreja e derramou nos nossos corações o Espírito Santo que nos dá alegria e nos faz dar testemunho ao mundo inteiro do seu amor e da sua misericórdia. Este breve trecho da Carta Apostólica nos possibilita ainda mais a aproximarmos da Serva de Deus, sobretudo pelo amor e a alegria que consumiram sua vida pelo
semelhante. E como profetizou seu querido amigo, Sauá, todo bem que ela fez na terra será pouco perante o que fará no céu. Ao encerrar este breve relato, faz-nos justiça mencionar, além da
presença de inúmeros seculares e religiosos que se esforçam por levar o perfume do jasmim paraguaio para além fronteiras, a perseverança das Carmelitas Descalças de Assunção e do Irmão Restituto Palmero Rodrígues. In memorian, também se destaca a incansável busca e esforços para tornar Chiquitunga mais conhecida, realizadas durante anos pelo Padre Julio Félix Barco.
A Beata Elisabete da Trindade escreveu: “Ó Astro Amado, fascinai-me a fim de que não me seja mais possível sair de vossa irradiação”. E de fato, isto foi feito em toda vida da Ir. Maria Felícia de Jesus Sacramentado. E suas últimas palavras foram: “Jesus, te amo! Que doce encontro! Virgem Maria!.
Que a Serva de Deus Chiquitunga, continue sendo este modelo para os leigos e para os consagrados em suas caminhadas.

Novo túmulo

Interior da capela do Carmelo, ao fundo à direita as grades do coro

Relicário contendo o cérebro de Chiquitunga e urna com os seus ossos., no interior do túmulo-oratório

Professor Hercílio Martelli Júnior
Comunidade Beata Elisabete da Trindade, OCDS
Montes Claros, Minas Gerais


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

2014 – um ano de bênçãos, aprendizado e eterna gratidão

Sara com seu esposo e Alissa, a filha do casal
Conheça o incrível  testemunho de uma jovem esposa e mãe, que fez da doença uma escada para subir mais alto!

Obrigada querida Sara Cauduro por partilhar conosco a sua experiência que muito ajudará a quem a leia.

OBRIGADA DEUS POR ESTA GRAÇA E OBRIGADA CHIQUITUNGA PELA TUA INTERCESSÃO!



Tudo começou em setembro de 2013, quando ao fazer o autoexame nas mamas durante o banho, senti que havia uma pequena saliência tipo uma “esponja” na mama esquerda. Fui acompanhando a evolução desta por alguns dias e comecei notar que esta “esponja” crescia a cada dia, e com ela veio a dor e o inchaço do seio. Procurei um especialista, e após várias idas e vindas a Caxias do Sul para realização de inúmeros exames e duas biópsias, recebi no dia 03 de fevereiro de 2014 do Dr. Maximiliano Kneubil (mastologista), o diagnóstico de que estava com câncer, ou seja, um carcinoma mamário invasor, e maligno. A partir desse diagnóstico fui por ele encaminhada a Drª Janaina Brollo (oncologista) para iniciar com as quimioterapias o quanto antes, pois o tumor crescia rapidamente e era muito agressivo, já estando com nove centímetros. Quando eu e o meu marido – que foi incansável e amoroso – saímos do consultório médico, ele com lágrimas nos olhos me disse:
- “o que eu vou fazer com a Alissinha (nossa filha de sete anos) se você morrer?
Me surpreendi com a pergunta e respondi:
- “ora o que vai fazer – se eu morrer, você vai criar ela, mas não se preocupe que eu não vou morrer de câncer. Não vai se livrar tão fácil assim de mim. Risos. Continuei afirmando que não seria esse câncer que me levaria ao outro lado.
Receber uma notícia dessas não é fácil; a princípio a gente fica sem chão e mil coisas vem a mente, mas após uns três dias as coisas se acalmam e a vida segue com muitas mudanças, desafios, uma rotina de exames e cuidados especiais, mas segue... Deus me amparou e me deu forças para enfrentar tudo com serenidade, sem me desesperar e então pedi e combinei com minha família (só agora souberam) que não queria ver ninguém chorando pelos cantos ou tristes, porque eu não iria morrer; expliquei que o câncer nos dias atuais tem cura em quase 100% dos casos quando descoberto precocemente e era o meu caso e que eu precisava deles bem e saudáveis para mim também ficar bem, pois minha recuperação dependia do estado de ânimo deles. E assim agiram pelo menos na minha frente.
Jamais pensei em me entregar ao desânimo ou a dor que era forte, pois no início precisei tomar morfina e procurava não me queixar de nada, até porque não resolveria, então sempre afirmava que estava bem; muito bem ou cada vez melhor. Pensava que se me entregasse à doença, como iria comemorar os quinze anos de minha filha Alissa. Conversei com Deus e disse a ele que eu queria continuar vivendo, pois meu pai sempre dizia que “a pior coisa que existe é um pai enterrar um filho” e eu não gostaria que eles passassem por isso, mas que fosse feita a sua vontade. Minha família sempre foi muito católica e agora mais que nunca. Creio que três itens são essenciais para a recuperação e a cura do câncer ou outra doença. Primeiro: devemos aceitar a doença; segundo: confiar e se entregar a Deus e terceira: o apoio da família. E assim, eu fiz. Aceitei a doença e jamais tive vergonha ou chorei por estar sem cabelo. Pelo contrário, adorava minha careca e saia bem faceira. Entreguei minha vida a Deus e confiei e tive o apoio e o amor de minha família (meu pai, minha mãe, meu marido, minha filha, minhas duas irmãs, meus dois sobrinhos, meus dois cunhados e minha cadelinha) que foram incansáveis e dedicados e continuam sendo até hoje.
Terminei as 15 sessões de quimioterapias neoadjuvante no dia 12 de agosto e no dia 10 de setembro de 2014 fiz a cirurgia de retirada do tumor no Hospital Tacchini em Bento Gonçalves/RS (mastectomia esquerda com linfanedectomia, mastectomia profilática direita e reconstrução com prótese bilateral), onde o tumor havia diminuído para 1,7cm e segundo o médico estava somente ali e “seco”, sem afetar outras partes do corpo. A cirurgia durou quatro horas e meia, mas ocorreu tudo bem, inclusive no pós operatório. Acredito que nada acontece por acaso, que tudo tem um porquê, que estamos aqui na Terra de passagem e que Deus não dá o fardo a uma pessoa se ela não puder carregar. E o peso desse fardo poderá ser maior ou menor dependendo da vontade e da escolha de cada um. Eu decidi que o meu seria leve e realmente foi, graças a Deus, pois nada adiantaria eu me revoltar contra Deus ou tentar entender o porquê, não aceitar a doença, viver isolada chorando pelos cantos, desistir de viver ou me entregar ao desânimo. Se assim agisse estaria alimentando as células do câncer e como não queria que elas se reproduzissem e me vencessem agi totalmente ao contrário. E para matar elas mais rapidamente ainda fiz uma dieta alimentar deixando de lado os alimentos que sustentavam as células (carne vermelha e alguns outros alimentos que até hoje procuro evitar). Tomava muito chá e sucos desintoxicantes e composto de babosa.
Com o câncer, aprendi a sorrir, a viver, a dar valor a tudo e a todos, a usar maquiagem,... pois não queria que ninguém me olhasse e sentisse pena de mim com aquela cara amarela/pálida. Queria que me vissem bem bonita e sorridente. Aprendi a passear,... Percebi também que de nada adianta acumular riquezas e só pensar em bens materiais se eu não tiver saúde para aproveitar e usufruir desses bens. Enfim, descobri como é bom viver, curtir a família, os amigos, parentes, admirar a natureza, e que a saúde é o nosso bem mais precioso. Que sem fé em Deus e sem saúde nada sou, pois Deus está no comando de tudo e é ele quem decide nosso caminho. Muitas pessoas conhecidas, desconhecidas, amigos... oraram pela minha saúde, pela minha cura e sou eternamente grata a todas elas, pois aqui estou bem sadia para testemunhar minha cura.
Num processo de doença como o câncer ou qualquer outra doença, 50% da cura creio que depende exclusivamente do emocional da pessoa, que apesar dos incômodos que a doença proporciona não deve jamais desistir de lutar para continuar vivendo. Somos filhos de Deus, ele nos ama e não quer nos ver sofrendo, mas para isso temos que lutar, nos ajudar e dizer a ele que queremos viver. Ter muita fé, perseverança, persistência e lutar, lutar muito até o fim de nossos dias. Quem desiste é fraco e quem luta é um vencedor, assim provando para si mesmo que és capaz.
Para muitas pessoas o câncer é sinônimo de dor, morte, sofrimento, choro, tristeza, desânimo,... Mas para mim não foi bem assim. Foi uma benção, um aprendizado que levarei pelos restos dos meus dias, pois me fez crescer espiritualmente, emocionalmente, como ser humano... Foi um aprendizado maravilhoso, onde só agora sei o que é ser feliz, o que é amar e ser amada e principalmente valorizar ainda mais as pessoas que estão ao meu lado me apoiando, pois só quem realmente ama permanece firme até o fim. Como tudo é passageiro, esse processo ou essa fase também passará e em breve você dirá: eu consegui, eu venci, estou curada(o).
Deus é maravilhoso e atendeu as minhas preces e a de todos aqueles que intercederam por mim. Muitas promessas foram feitas (algumas já paguei, outras estou pagando) a Nossa Senhora Aparecida e a “Chiquitunga” – Maria Felícia de Jesus Sacramentado (uma carmelita em processo de beatificação) que tem uma história linda de amor ao próximo e a Deus. Conheci “Chiquitunga” pelas mãos de minha amiga Márcia de Souza que mora em Santo Ângelo e ao me visitar me apresentou uns folders com a história e a oração de “Chiquitunga”. Passei a orar todas as noites a ela “Chiquitunga” e a Nossa Senhora Aparecida para que intercedessem a Deus pela minha Cura. Tomei conhecimento pela amiga Márcia que ela e as Irmãs Carmelitas Descalças do Carmelo Sagrado Coração de Jesus de Santo Ângelo/RS, também estavam fazendo a novena da “Chiquitunga”. E graças a todas vocês, as Santas e a Deus aqui estou em nome de Jesus para louvar e agradecer pelo dom da vida.
Tenho medo de me tornar chata, mas não me canso de agradecer a Deus todos os dias, todo instante, a todo momento pelo ano maravilhoso que foi 2014 e que deixará muita saudade. Agradeço até pela dor que por ventura venha sentir, pois feliz de quem é perfeito(a) e tem todos os órgãos do corpo, nem que seja para de vez em quando lembrar que ele está ali e que muitas vezes você não percebe, mas que faz muita falta àquele que não os possui mais.
Eterna gratidão a todos que por mim oraram, a Nossa Senhora Aparecida, a “Chiquitunga”, a vocês Irmãs do Carmelo – Irmã Milagros, a Madre Paula e as demais irmãs, a ti meu Deus por ter me colocado nas mãos abençoadas de dois excelentes profissionais (Max e Jana), e se hoje estou curada foi porque Deus ouviu e atendeu os nossos pedidos. Aproveite o hoje, viva o agora, porque o passado passou e o amanhã talvez não chegue; não espere pelo amanhã para ser feliz. A vida é um dom divino, viva intensamente, como se não houvesse amanhã. Gratidão, gratidão, gratidão, muita luz e beijo no coração...